texto-recomeço.
Atualizado: 21 de nov. de 2023
Sou uma pessoa muito complexa, tentando ser uma pessoa simples. Não sou de mudanças bruscas, inclusive tenho pânico delas, mas vivo entre querer me mostrar e querer me esconder, querer falar muito e querer emudecer. Demorei a aceitar que essa é a minha constância, o meu equilíbrio, o meu modus operandi. Estou chegando à metade da minha existência, camadas continuam surgindo e todos os dias eu me reconheço outra, em cima da mesma. Nos últimos cinco anos eu mudei de tudo o que eu achava que iria ser para o resto da vida, com exceção de uma coisa: a pessoa que escolhi para estar ao meu lado em todas as mudanças. Nos últimos cinco anos eu envelheci dez, por dentro e por fora. Eu vivi tudo e não vivi nada. Eu me esvaziei totalmente para receber uma versão de mim que é doação total. Eu vejo as fotos que aqui estavam antes e busco alguma conexão. “Com o tempo, você se reconecta” - disseram elas sobre o pós maternidade. E será que eu quero? Será que eu sobre-existo ou me olho de cima? Na dúvida, permaneço registrando em fotos e textos a minha passagem pelo tempo-espaço. Se eu estarei outra no próximo texto-recomeço? Eu não tenho dúvidas! Simbora.